Ontem acusaram-me de andar muito nervosa. Eu li intolerante. É verdade, não nego.
Se o trabalho fosse um par de sapatos eu estava a calçar
agora um 47 ou 48, quando um 38 já me fica largo.
As pessoas que trabalham comigo sabem que fico a pisar
brasas em alturas de maior responsabilidade e que lido muito mal com falhas,
erros, esquecimentos, enganos, o que for. Mas também sabem que eu não trabalho
com qualquer um… escolho quem considero que é capaz de fazer, e daí ser acusada
frequentemente de ser incapaz de descentralizar. Eu sou capaz de descentralizar
se confiar, caso contrário, deixo tudo comigo.
Fico sem palavras com a ligeireza como certos erros são
encarados e ajo ao sabor da fúria quando começo a ter receio de confiar em quem
confio. Por vezes roço a obsessão com a mania das correcções, verificações e
reverificações e fico a tremer com atrasos, faltas de cumprimento de prazos e
quase entro em convulsões quando me respondem que podemos fazer de determinada
maneira porque ninguém vai ficar a saber
(nós não somos alguém?); toda a gente faz
assim (eu sou Aquário, não Carneiro…) e outras respostas semelhantes.
O que mais me põe fora de mim é a culpa nunca ser da
pessoa a quem foi atribuída a tarefa ou missão! Há sempre alguém, um alien talvez,
que interfere na execução e perturba o trabalho.
Há uma injustiça em toda esta questão, uma injustiça com
duas caras, como Janus. Por um lado, há quem pense que sou injusta pois a minha
veia de exigência não é igual para todos. Por outro lado, sou exigente apenas
com quem sei que vale a pena. Com outros não me dou ao trabalho, porque a
exigência dá muito trabalho, acreditem ou não.
Quando me fazem uma pergunta ou colocam um problema tenho
tendência a não responder de imediato se considerar que a pessoa que a fez consegue
lá chegar sozinha; tento desenvolver uma conversa, numa espécie de maiêutica,
para provar que a pessoa sabe o que pergunta. Mas nos últimos tempos isto raramente
acaba bem e perguntam-me logo a seguir porque não me limito a responder…
Fico sem saber o que fazer, pois acho que o caminho certo
é deixar que sejam as próprias pessoas a desbravar o pensamento, e invisto
tempo nesta acção da qual, no fim de contas, resultam contas mal feitas.
Mesmo sabendo disto, pressiono para alargar limites, peço
mais e mais, sendo de uma exigência sem tamanho como dizem, mas continuo a agir
da mesma forma por uma simples razão: sei quem pode dar e quem não tem para
dar. Destes últimos espero o básico, dos primeiros espero tudo… até acharem que
ando muito nervosa…
Entendo-a tão bem!
ResponderEliminarDigamos: anda numa pilha de nervos
ResponderEliminarNão é bem pilha... é mais bateria...
ResponderEliminarAs pessoas do signo de Carneiro não se caracterizam por fazerem o que as outras fazem por pertenceram ao "rebanho". Aliás são bem desalinhadas e contestatárias. Como os aquarianos não são aquarianos por gostarem sempre de andar dentro de água ou de comerem muito peixe. Como os de signo Virgem não são pessoas que não gostam de sexo...e por aí fora.
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