Tal como os miúdos
– e graúdos – sorriem de satisfação quando anunciam que passaram de nível num
qualquer jogo, também eu estou satisfeita com a minha última jogada: escadear o
cabelo!
Já o tinha
cortado em comprimento, já tinha feito a franja e ontem, de tesoura do peixe em
punho, escadeei-o, numa operação delicada em frente ao espelho do forno embutido na parede e que fica à altura certa, o que
dá imenso jeito pois o caixote do lixo mora mesmo ao lado.
Não havendo
dinheiro há que procurar outras alternativas para se atingirem os objectivos e
se, na verdade, o cabelo ficou ondulado como o mar em dia de tempestade, também
é verdade que fiquei com um ar renovado, mais jovem – não sou eu que o digo – e
moderno que, na cabeleireira, me teria custado no mínimo uns 30 euros, que não
tenho.
Uma amiga
manifesta-me a sua total incapacidade para fazer o mesmo, tal como arranjar e
pintar as unhas. Digo-lhe que não o faz porque não quer, caso contrário,
insistia e insistia e insistia até conseguir pois se a inteligência não se
aprende, já as habilidades, sim, é uma questão de prática e até o maior pé de
chumbo aprende a dançar graciosamente.
A mesma amiga conta-me
com grande surpresa que o filho pintou o cabelo à mulher. Dou-lhe os parabéns e
pergunto onde está a dúvida, ao que ela responde que não são trabalhos para mãos
de homem… Para além do machismo da afirmação, relembro-a que se há tantos
cabeleireiros homens, ou cozinheiros, por exemplo, porque não havia o filho
dela de se sair bem? Basta querer… ou precisar, como eu.
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