Sacha Baron Cohen é Crabtree, o polícia de Alô, Alô.
Asa Butterfield, Hugo, é Quasimodo que não se
cansa das vistas sobre a cidade de Paris e quer ser Harold Lloyd ou Chaplin em
Tempos Modernos.
George Meliés é Martin Scorsese, himself, e o filme
é uma birra do realizador, num acto de comiseração por si próprio, ó p’ra mim, já fiz nascer taxistas e gangues
em Nova Iorque!
Das referências às colagens vai toda uma falta de
imaginação e criatividade que, mesmo assim, o lobbie de Hollywood premiou, como
quem dá uma fatiazinha de pudim ao ancião lá de casa.
A acção é parada e paradinha, abrem-se bocas ao longo da
sala na plateia e não se percebe quem inventou o título com uma invenção não
inventada.
Ben Kingsley assume os passos dum fantasma, sombra
esbatida da sua capacidade de representação. A personagem de Rene Tabard entra
na narrativa a martelo, da mesma forma que entraria a roupa interior numa
escultura em pedra já terminada.
A magia do cinema aqui é substituída pelo tédio do cinema:
as boas intenções não têm espaço por não terem corpo e a apologia que se quer
fazer (ao cinema ou a si próprio?) não ganha músculo nem osso.
O eterno Drácula, que já tinha sido o mauzão Saruman,
veste-se de Bibliotecário bonzinho, na única ligação com sentido que a
substância do filme consegue fazer, criando invisibilidades bem visíveis,
cruzamentos subtis e ironias.
Os efeitos especiais das subidas e descidas de Hugo no
meio dos mecanismos dos relógios, as imagens da biblioteca ou o cemitério à
porta de casa de Meliés estão bem esgalhados, mas um filme não é feito de dois
de três momentos, caso contrário fica mais órfão que o pobre Hugo que, enquanto
filme, está cheio de osteoporose.
Vi aqui no Brasil e também achei aquilo fraquinho. Ou, para ser breve, uma perca de tempo.
ResponderEliminarSoliplass
A montanha pariu um rato... Abraço para vocês!
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