segunda-feira, 23 de maio de 2011

Viva o Bocejo!

Finalmente temos um programa de televisão interessante: é uma espécie de novela, dá todos os dias, tem estórias que se cruzam, ainda não deu para perceber como, tem muitos intérpretes, etc., e chama-se Direito de Antena.
Não sei quando começou mas gravei o episódio de ontem para o poder ver bem e concluí que tudo se passa à volta duma espécie de Graal que todos querem.
Do que percebi há várias famílias – O quê? Não sei, acho que não são mafiosas… - que se apresentam de diferentes formas, a saber:
Uns são o CDS-PP e comunicam em silêncio, usando placas com palavras. Como sempre, já me conhecem, tenho uma teoria sobre isto: há ali alguém que é gago e para não criarem constrangimentos com o pobrezinho, optaram por esta fórmula. Assim ninguém fala e nem se nota.
Outros são o PCP que falam e falam para todos, pois recorrem à tradução para linguagem gestual.
Há ainda uma família que se chama PPM, cujo presidente é Doutor. Sim, vem lá a dizer, cada vez que o senhor aparece! Como têm um doutor e até pode ser que seja médico, e já se sabe a falta que eles fazem, até agora é a minha favorita.
Do POUS não retirei nada de especial, aguardo a ver se hoje terá mais acção.
Depois havia uma dinâmica que nos remetia, acho eu, para uma estória de emigrantes, do Norte para os Açores ou dos Açores para o Norte, o telefone tocou nessa altura, raios partam, e fiquei sem perceber. É o PDA e o senhor dizia caros conterrâneos nortenhos, com uma prateleira em fundo onde só se via o nome Salazar, mas depois aparecia alguém com sotaque açoriano… ou seja, tenho que ver outros episódios, para entender a trama.
O PH induziu-me em erro! Pensei que era relacionado com acidez e alcalinidade e afinal é o Partido Humanista. Seja como for gostei imenso, embora não tivesse linguagem gestual, tem tudo legendado, para se não percebermos alguma coisa do que dizem e, surpresa das surpresas tem uma candidata chamada Wendy!
Havia ainda o PND que se fartou de mostrar um coração que, visto derepentemente parecia a estrela do BE, que também entrava no episódio de ontem e cuja acção pode ser definida por uma imagem vale mil palavras.
Falta o PNR, onde, se bem me lembro entrava uma rapariga com um acessório giríssimo, tipo coleira, que vai fazer moda, de certeza.
E, last but not least, o PAN, que nos remete logo para a flauta de pã, canaviais, campo, feno e a Julie Andrews a rodopiar e a encher-nos o coração de música em três tempos, o animal, o humano e o ecológico!
Como sempre nas novelas, que eu vejo e sigo diariamente embora com dificuldade pois são várias e tenho que por duas televisões lado a lado para não perder pitada, nem todos os intervenientes entram em todos os episódios e assim concluo que faltam alguns. Como sempre também, sem sabermos como, mas cria-se logo uma predilecção por certos personagens, uma identificação, sei lá, gostamos deles e pronto. Mas quando comecei a pensar sobre a minha preferência, lembrei-me duma coisa que vi na televisão há uns dias sobre dívidas no crédito ao consumo e veio-me à memória uma distinta senhora que abriu a sua casa aos repórteres, mostrando-a mobilada do bom e do melhor, carro novo na garagem e que quando o tipo do microfone lhe perguntou porque razão tinha ela tantas dívidas se sabia que não as podia pagar, ela respondeu, e bem, com toda a propriedade: se os outros podem ter, porque é que eu não posso?
Ora, inspirada nesta senhora, que devia ser uma inspiração para todos, diga-se de passagem, lembrei-me… e porque não, criar eu também uma novela daquelas?
O que é que faz falta a todos os portugueses? A todos sem excepção? DORMIR, para ver se as ideias repousam, se assentam, mas sem ganhar pé, e por isso subscrevo o Movimento das Sestas que, como toda a gente sabe, fazem muitíssimo bem e até tenho a Bela Adormecida como directora de campanha! Quem sabe mais do assunto, quem?
Embora saiba que a Wendy se passou para outro lado, que o Peter está, obviamente, com o Pan, mas conto com a solidariedade das princesas e sei que a Bá – é o nome carinhoso que uso com a Bela… - tem imenso poder sobre a princesada por duas razões: primeiro, ela guarda o resto da maçã e ai de quem se atrever a fazer o contrário do que ela diga e, segundo, quem melhor que as princesas para saberem que o sono é reparador e o principal ingrediente para manterem aqueles peles de… de princesa, pois claro!
Tenho ainda como cabeça de lista o próprio Morfeu que neste preciso momento está a organizar os simpatizantes – milhões! - em catres, tendas de campismo, toalhas de praia, assentos de autocarros, metro, eléctricos, comboios, etc.,
Levantemos pois um enorme bocejo, o símbolo vivo da nossa campanha, fechemos os olhos e façamos do Movimento das Sestas uma prática diária e assim, garantidamente, chegaremos ao futuro mais depressa e com maiores poupanças a todos os níveis!
Conto convosco!

1 comentário:

  1. Que pena tenho não ter visto! Pelo que me contou a minha amiga foi de rir até ao engasgo.
    Prometo aqui e agora, o próximo não falho....

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