Estou a pensar seriamente em despedir-me!
Sempre quis ir trabalhar para o estrangeiro e, talvez, tenha encontrado hoje essa possibilidade, na forma de anúncio a pedir um dentista para o Luxemburgo.
O Luxemburgo é um local óptimo, saudável, muito bem situado a meia dúzia de passos de vários países, o que para mim é indispensável pois sinto-me claustrofóbica em espaços pequenos e aquilo é tão pequeno que, numa ocasião em que lá fui, vimos a fronteira e passados minutos, indecisos se parávamos em terriolas rústicas e com aspecto meio alpino, com o assinalar dum campo de batalha da segunda guerra e dois dedos de conversa, quando fomos a ver e já estávamos na Alemanha. Foi uma operação limpa: entrar e sair! Uma autêntica volta de carrossel que anda tão depressa que nem apreciamos nada.
Lá voltámos para trás e, já na capital, dirigimo-nos a uma fila de ícones da sociedade da informação, que o mesmo é dizer, taxistas. Este profissional sabe tudo e tem opinião sobre as coisas menos plausíveis de se conversar, mas sobre isso debitarei discurso noutro dia. Assim, aproximámo-nos do primeiro da fila e puxámos pelo nosso francês sob a a forma inicial de si vu plé a perguntar qualquer coisa. Eis senão quando o ilustre motorista nos pergunta se somos portugueses e, face ao nosso assentimento, ele grita essa informação para todos os outros taxistas, que nos vieram cumprimentar como se nós fossemos o próprio Eusébio, figura sempre no coração de todos os emigrantes portugueses em França, no Luxemburgo, nas Ilhas Faroe ou noutro qualquer local remoto. Os taxistas eram todos portugueses e competiram entre si para nos aconselhar um restaurante onde se comia um belíssimo bacalhau com todos, bom vinho do Douro, azeite alentejano e até água do Luso! Ora eu que gosto de experimentar tudo o que de diferente existe em cada país não estava nada satisfeita com o rumo da conversa que já ia com explicações para se chegar à rua da dita casa de pasto.
Bem, mas o objectivo deste atalho era explicar que me sentirei em casa no Luxemburgo, mesmo que não queira...
E se a alguém lhe ocorrer avisar-me que não sou dentista, logo, que não posso candidatar-me ao emprego, esqueçam lá isso: o anúncio pede alguém que fale francês e inglês (eu!) e diz que será uma vantagem (sic) ter-se conhecimentos em ortodontia ou nos implantes (sic autrefois e again), logo não é obrigatório!
Assim sendo, au revoir!
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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