quarta-feira, 10 de abril de 2013

Um dia diferente

A palavra 'tornozelo' transporta consigo uma carga negativa. Está mesmo a ver-se: tornozelo é para... Torcer! Pois claro. E foi exactamente o que eu fiz, obedecendo a uma obscura obrigação semântica-linguística, que o mesmo é dizer, não sabendo subir um degrau, coisa aparentemente tão simples e logo eu, com uma prática tão grande.
As escadas do palácio onde trabalho já me levaram os meniscos, mais tarde encalharam de novo com os meus joelhos e foi fisioterapia até dizer chega e agora, uma luxação num tornozelo.
A palavra 'luxação', por sua vez, faz lembrar luxúria, mas é coisa assim para o masoquista porque dói como o raio.
Conclusão, estou em casa de patinha levantada a papar novelas mexicanas, a ouvir a chuva e o toque-assobio do amolador. Pablo Neruda olha-me fixamente daqui da mesinha do lado, aguardando que eu o abrace com os olhos, com as mãos e o absorva. O Duarte entrou cedo nas aulas e tem jogo de treino em Setúbal, logo, estarei sozinha o dia inteiro. Ai Pablo, Pablo, anda cá que és meu!

2 comentários:

  1. Bah, qual carga negativa. Repare, o zelo aplicado no torno ;)
    já não há torneiros como antigamente

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  2. A isto se chama a riqueza de vários pontos de vista :)

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