A 8 de Março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, mas eu prefiro vivê-lo como o dia da igualdade dos sexos, pois esse é o objectivo.
Trabalhava eu em Almada e todos os anos havia festa rija, almoço, espectáculo, prendas e flores para as trabalhadoras da autarquia. O dia coincidia com o aniversário da Paula, uma colega que não passava despercebida pelo físico mas, acima de tudo, pela presença de espírito. Literalmente enchia uma casa, e mais ainda com o aguçado das observações e a boa disposição, que podia mudar 180 graus e era um susto. Havia assim vários motivos de festa.
Um dia, a meio da alegria, o almoço já terminado, chamam-me ao telefone, coisa inusitada. Do lado de lá informam que o Avô Gualdino morreu.
O 8 de Março passou a ser o dia do aniversário da morte do Avô e a lembrança eterna da Paula que nos pregou a partida há uns anos e morreu também, levando com ela o mundo que ocupava, onde fazia a gentileza de nos deixar viver e partilhá-lo com ela, bem como muitos anos por viver.
Penso em tudo isto no dia anterior ao almoço com uma das mulheres mais fortes que conheço e cuja amizade vem de tempos imemoriais. Quando estou com ela celebro-a e é Dia da Mulher, da mulher mais forte e corajosa que conheço.
Entretanto vivi outras amizades que não eram tão resistentes e abandonaram-me. A este propósito, outra grande mulher com quem tenho o privilégio de conviver disse-me que o abandono de pessoas que eu adoro pode acontecer devido ao meu espírito crítico, incisivo para com as pessoas, as pessoas de quem mais gosto. Será? Sim, sim, garante ela, As pessoas não gostam da verdade, dificilmente a encaram, preferem a ilusão muitas mais vezes que as que tu imaginas! A tua racionalidade raia a frieza e isso magoa quem não está habituado, a ilusão é sempre macia e se há coisa que não fazes, é iludir.
Disse-me também esta mulher que me deixe de chorar pelos cantos; digo-lhe que não conhece a pessoa por quem eu choro a ausência, se a conhecesse... ela termina a minha frase, Se eu a conhecesse dizia-lhe que é a maior parva do mundo, tem a tua amizade e despreza-a.
Esta amizade, que já foi mas já não é, era sempre a primeira a ligar-me neste dia da mulher sabendo que eu estava triste pelo aniversário da morte do meu Avô e pela lembrança da Paula e dizia-me A vida continua...
É isso mesmo, a vida continua, com imensa tristeza e perplexidade, mas continua.
Trabalhava eu em Almada e todos os anos havia festa rija, almoço, espectáculo, prendas e flores para as trabalhadoras da autarquia. O dia coincidia com o aniversário da Paula, uma colega que não passava despercebida pelo físico mas, acima de tudo, pela presença de espírito. Literalmente enchia uma casa, e mais ainda com o aguçado das observações e a boa disposição, que podia mudar 180 graus e era um susto. Havia assim vários motivos de festa.
Um dia, a meio da alegria, o almoço já terminado, chamam-me ao telefone, coisa inusitada. Do lado de lá informam que o Avô Gualdino morreu.
O 8 de Março passou a ser o dia do aniversário da morte do Avô e a lembrança eterna da Paula que nos pregou a partida há uns anos e morreu também, levando com ela o mundo que ocupava, onde fazia a gentileza de nos deixar viver e partilhá-lo com ela, bem como muitos anos por viver.
Penso em tudo isto no dia anterior ao almoço com uma das mulheres mais fortes que conheço e cuja amizade vem de tempos imemoriais. Quando estou com ela celebro-a e é Dia da Mulher, da mulher mais forte e corajosa que conheço.
Entretanto vivi outras amizades que não eram tão resistentes e abandonaram-me. A este propósito, outra grande mulher com quem tenho o privilégio de conviver disse-me que o abandono de pessoas que eu adoro pode acontecer devido ao meu espírito crítico, incisivo para com as pessoas, as pessoas de quem mais gosto. Será? Sim, sim, garante ela, As pessoas não gostam da verdade, dificilmente a encaram, preferem a ilusão muitas mais vezes que as que tu imaginas! A tua racionalidade raia a frieza e isso magoa quem não está habituado, a ilusão é sempre macia e se há coisa que não fazes, é iludir.
Disse-me também esta mulher que me deixe de chorar pelos cantos; digo-lhe que não conhece a pessoa por quem eu choro a ausência, se a conhecesse... ela termina a minha frase, Se eu a conhecesse dizia-lhe que é a maior parva do mundo, tem a tua amizade e despreza-a.
Esta amizade, que já foi mas já não é, era sempre a primeira a ligar-me neste dia da mulher sabendo que eu estava triste pelo aniversário da morte do meu Avô e pela lembrança da Paula e dizia-me A vida continua...
É isso mesmo, a vida continua, com imensa tristeza e perplexidade, mas continua.
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