Cem
anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar
Sei
lá quantas vezes desci esse Tejo
E fui p´lo mar fora com a alma a sangrar
Levando na idéia os lábios que invejo
E aquela janela virada pró mar
Levando na idéia os lábios que invejo
E aquela janela virada pró mar
Marinheiro
do Mar Alto
Olha as ondas uma a uma
Preparando um assalto
P´ra fazer teu barco em espuma
Preparando um assalto
P´ra fazer teu barco em espuma
Repara na quilha bailando na crista
Das vagas gigantes que o querem tragar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pró mar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pró mar
Se
mais ainda houvesse mais fortes correra
Lembrando-me em noites de meio luar
Dos olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar
Dos olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar
Mas
quis o destino que o meu mastodonte
Já velho e cansado viesse encalhar
Na boca da barra e mesmo defronte
Naquela janela virada pro mar
Na boca da barra e mesmo defronte
Naquela janela virada pro mar
Marinheiro
do mar alto
Olha as ondas uma a uma
Preparando um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pró mar
Preparando um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pró mar
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