quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Água

Pedro Barroso dá Água e uma canção de roda

Pus-me à noite a ouvir o mar
sentado na pedra sentado na areia
e senti uma barcarola criar devagar
esta melodia
tinha a crista e vaga desta vaga hist
ória
d'arte marinheira
luzia na prata mais rica,
mais rica mais rica que havia
e aquele pensamento d'ir e voltar sempre
que h
á na maresia
fez subir da
água, dessa água toda, cem mil caravelas
era mais que o mar mais que a vida toda
quem ali fervia
e foi muito mais que um homem com guitarra
quem soltou as velas
tive ali a consci
ência
tinha ali a hist
ória toda
tinha ali um povo antigo
a cantar comigo uma can
ção de roda

Mergulhei da praia nessa hist
ória grande
de alma derramada
falei com mareantes e conquistadores
gente aventureira
crepitei nas ondas mar
és de ida e volta
partida e chegada
cortei fundo a crista do gume das vagas
duma vida inteira
mas daquele mar fundo fundo mar que l
á fica sempre
trago s
ó lembranças e um saco de tempo
s'
é que o tempo presta
quem disser que o viu que o compreendeu
ou se esquece ou mente
pois no fundo hoje a raiva que ficou
é tudo o que nos resta

Tive ali a consci
ência 
tive ali a hist
ória toda 
tive ali um povo antigo
a cantar comigo uma can
ção de roda

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