Sábado foi um dia em cheio: oito horas de pé com uma garrafa de água por alimento, dirão alguns, mas se lhe juntarmos a visita ao Palácio Marquês de Pombal, de manhã, e à Real Quinta de Caxias de tarde, percebe-se que não passei fome alguma.
As visitas, previamente programadas, foram conduzidas por Rodrigo Dias e José Meco, de manhã, e Carlos Beloto e João Pancada Correia de tarde.
Não se dava conta das horas a passar, as palavras fluíam, a informação era basta, os locais maravilhosos. Os tectos do palácio são preciosidades raras que até agora têm sido contempladas pelos alunos do INA, lá instalado, e que já estão em processo de abandono das instalações.
A surpresa da manhã consistiu no facto de a sala destinada pelo INA a servir de biblioteca estar vazia: pela primeira vez em muitos anos pudemos ver as estátuas de Machado de Castro e as belíssimas fontes italianas em mármore de Carrara. A tarde reservava-nos igualmente um momento único: a cascata de Caxias a funcionar em pleno, introduzindo o elemento sonoro naquela arquitectura de jardins, a frescura, o movimento sempre belo da água.
Aos quatro anfitriões nada pode ser apontado: os enquadramentos gerais, o salientar de pormenores invisíveis ou desconhecidos, a mostra da prática de uma investigação séria e comprometida, com assinatura.
O passado, o presente e o futuro estavam ali de carne e osso, de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir, para onde devemos ir, queiram os deuses perceber que os caminhos são aqueles e mantenham o respeito pelo património.
A Real Quinta de Caxias está aberta ao público, fica a dois passos (literalmente!) da estação de comboios, e famílias, pares de namorados, curiosos e amantes de jardins vão assinar em uníssono a afirmar que é belíssima.
Dos quatro especialistas que nos acompanharam ao longo do dia, todos atentos a perguntas do público, todos com linguagem acessível, mas que não ilegitimava o universo da sua especialidade, destaco José Meco, apesar de, repito, considerar cada um dos outros brilhantes e todos com aquela coisa especial, que não sei como lhe hei-de chamar, de saber falar para um público diferenciado.
José Meco segurou as pessoas com um discurso cheio de informação, mas em simultâneo leve, curioso e fascinante. Com imensa frequência mencionava quem tinha descoberto aquele pormenor, quem tinha feito ou desenvolvido aquela investigação, quando e onde estava publicada. Isto é fantástico no mundo da investigação histórica, ou outras: dar o seu a seu dono, fazer os trabalhos de casa cruzando a informação e a sua origem, o que aumenta e solidifica essa mesma informação.
José Meco falava e cada um de nós interiormente tinha a certeza que ele sabia tudo o que havia para saber. Bem sei que isto nunca se atinge, mas a serenidade e segurança (ainda que a correr pois o tempo corria também) com que falava e a demonstração efectiva do que dizia, foram fabulosos.
Se a Real Quinta de Caxias está aberta ao público, o Palácio não está, e devia estar sem dúvida alguma pois o que contém não pode estar guardado só para visitas esporádicas, é bom demais para tão pouco.
As visitas, previamente programadas, foram conduzidas por Rodrigo Dias e José Meco, de manhã, e Carlos Beloto e João Pancada Correia de tarde.
Não se dava conta das horas a passar, as palavras fluíam, a informação era basta, os locais maravilhosos. Os tectos do palácio são preciosidades raras que até agora têm sido contempladas pelos alunos do INA, lá instalado, e que já estão em processo de abandono das instalações.
A surpresa da manhã consistiu no facto de a sala destinada pelo INA a servir de biblioteca estar vazia: pela primeira vez em muitos anos pudemos ver as estátuas de Machado de Castro e as belíssimas fontes italianas em mármore de Carrara. A tarde reservava-nos igualmente um momento único: a cascata de Caxias a funcionar em pleno, introduzindo o elemento sonoro naquela arquitectura de jardins, a frescura, o movimento sempre belo da água.
Aos quatro anfitriões nada pode ser apontado: os enquadramentos gerais, o salientar de pormenores invisíveis ou desconhecidos, a mostra da prática de uma investigação séria e comprometida, com assinatura.
O passado, o presente e o futuro estavam ali de carne e osso, de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir, para onde devemos ir, queiram os deuses perceber que os caminhos são aqueles e mantenham o respeito pelo património.
A Real Quinta de Caxias está aberta ao público, fica a dois passos (literalmente!) da estação de comboios, e famílias, pares de namorados, curiosos e amantes de jardins vão assinar em uníssono a afirmar que é belíssima.
Dos quatro especialistas que nos acompanharam ao longo do dia, todos atentos a perguntas do público, todos com linguagem acessível, mas que não ilegitimava o universo da sua especialidade, destaco José Meco, apesar de, repito, considerar cada um dos outros brilhantes e todos com aquela coisa especial, que não sei como lhe hei-de chamar, de saber falar para um público diferenciado.
José Meco segurou as pessoas com um discurso cheio de informação, mas em simultâneo leve, curioso e fascinante. Com imensa frequência mencionava quem tinha descoberto aquele pormenor, quem tinha feito ou desenvolvido aquela investigação, quando e onde estava publicada. Isto é fantástico no mundo da investigação histórica, ou outras: dar o seu a seu dono, fazer os trabalhos de casa cruzando a informação e a sua origem, o que aumenta e solidifica essa mesma informação.
José Meco falava e cada um de nós interiormente tinha a certeza que ele sabia tudo o que havia para saber. Bem sei que isto nunca se atinge, mas a serenidade e segurança (ainda que a correr pois o tempo corria também) com que falava e a demonstração efectiva do que dizia, foram fabulosos.
Se a Real Quinta de Caxias está aberta ao público, o Palácio não está, e devia estar sem dúvida alguma pois o que contém não pode estar guardado só para visitas esporádicas, é bom demais para tão pouco.
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