segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Aquele senhor alemão

Tenho ouvido falar de certos grupos musicais que têm como característica entrarem em palco sempre de maneira diferente. Lembro-me deles a propósito da minha muito querida mãe, cujo ar é de moça, mas a idade e as doenças pesam nos actos, nos gestos e nas respostas.
Ligo-lhes todas as santas noites e, sabendo que não estão bem, também de manhã. É o caso, sábado foi passado pouco alegremente no hospital com o meu pai, já estamos habituados.
Como são surdos e ouvem televisão muito alto, quando o telefone toca, por norma, é ela que atende enquanto vai pedindo ao meu pai que baixe o som. É aqui que revela uma imaginação sem par, qual Salvador Martinha, qual César Mourão, qual Rui Unas, qual Sal.
É na linha de Sintra que vive uma senhora que atende o telefone sempre de maneira diferente e que, para pedir para baixar o som da televisão, já pediu ao meu pai, e eu a ouvir:
Baixa a torneira
Carrega no autoclismo
Põe isso mais claro
Põe a televisão menos ligada
Ontem foi particularmente cómico, quando a ouvi dizer:
Põe a televisão mais barata!
Ainda estamos numa fase em que o riso prevalece, e tentamos rir todos, ela incluída, pois dá conta dos disparates que diz.
Rezo para que esta fase se prolongue por muito, muito tempo...

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