terça-feira, 17 de junho de 2014

Hare Krishna

Ontem ao fim do dia a avenida da Liberdade descia em mágoa e sofrimento. Ali desaguava o Parque Eduardo VII, cheio de surpresa, desapontamento, tristeza e frustação. Muitos acompanharam-me no metro, cachecóis ainda ao pescoço, caras encarnadas e verdes, narizes amarelos.
A plataforma cheia estava silenciosa e silenciosa seguiu a carruagem. A excepção eram dois homens indianos que conversavam, sobre o quê não sei, nem alegres nem tristes, aparentemente normais. As vozes e a indecifrável dinâmica línguística ouvia-se em todo o lado, como se fossem os únicos ocupantes da carruagem, eles próprios indiferentes a todos os outros.
Encontrei-lhes uma beleza inexplicável naquela indiferença, uma beleza invejável, como são todas. 

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