terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

História de um sofá e de uma piscina

Desde o início do Verão comecei a ir diariamente à piscina. Foi fácil viciar-me. A cada semana aumentei o tempo dentro de água, mais cinco minutos, mais cinco minutos, e actualmente nado uma hora seguida em menos de nada.
Dois fatos de banho, duas toucas, óculos - graduados! - tampões para os ouvidos, toda uma parafernália de objectos que passaram a ser de culto.
Sete da manhã, a porta é aberta por funcionários ensonados e eu entro para sair quase duas horas depois, bem disposta e pronta para qualquer stress do dia.
Quando não consigo ir de manhã, por qualquer motivo, vou ao fim do dia e estou no jacuzzi quando, às 21.30, ouço o altifalante a informar que temos trinta minutos para deixar as instalações. Duche a correr e entro em casa a cheirar a cloro, coisa com a qual a Tróia não se importa, os saltos são sempre de alegria genuína, os latidos são música.
No princípio de Dezembro apareceu-me uma alergia nas mãos que me dava ar de leprosa. Usei luvas, fui ao médico, e depois de várias pomadas descobri que era alergia a um sofá novo comprado com imenso esforço e muito poupar. Uma pessoa não pode ter nada novo...
O que mais me custou foi ter que deixar de nadar durante mais de um mês, recomendação compreensível do médico, enquanto a cortisona não fazia efeito total.
Há cerca de uma semana recomecei a natação. Regressou a boa disposição, os dias passaram a ser mais leves, tudo melhorou. Até que a alergia voltou.
Conclusão, afinal posso sentar-me no sofá mas não posso ir à piscina, pois a alergia é aos produtos da água e não ao textil.
Quando se tem azar, é assim, não se pode gostar de nada.

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